A primeira vez que assisti Neon Genesis Evangelion foi em 2019, lá pela metade do ano. Tinha 16 anos na época, e fui ver o anime mais por curiosidade e por já ter ouvido o nome – eu ainda era bem novato em animação japonesa, tinha assistido poucos como Death Note e Fullmetal Alchemist: Brotherhood. Durante essa época eu estava no final do que foi meu primeiro namoro, além de eu ter sofrido muito de inveja e insegurança com amigos meus – sempre me achava o pior em tudo, o que tinha menos amigos, o menos sucedido, etc.

Felizmente essa época de minha vida passou, mas foi muito marcante o como Evangelion expandiu meus horizontes. Na minha primeira vez assistindo, eu ainda tinha olhos um pouco infantis para esse tipo de
obra. Lembro claramente de me perguntar quando o EVA-01 ganharia as asas dele, já que ele sempre aparecia assim na abertura. Hoje em dia eu sei beeem o que aquelas asas significam para a história como um todo kkkk.

Me recordo de estar em uma call com alguns amigos meus lá pelo meio de 2020, para os quais mencionei Evangelion e recomendei que assistissem. Um deles disse que estava quase terminando, mas que não chegava no final porque gostava muito e não queria que acabasse. A outra demonstrou interesse, mas disse que nunca olhou. Convenci eles a assistirem e decidi fazer o mesmo, desta vez prestando mais atenção aos detalhes e lendo a Wiki – já que o Hideaki e a Gainax deixam muitas coisas da lore, principalmente, de fora da animação kkkkk.

Nós três decidimos assistir aos Rebuilds juntos, porque nem mesmo eu havia olhado ainda. Não curtimos muito (depois de assistir mais umas 2x cada, eu comecei a gostar mais, principalmente depois de ver o vídeo The Curse of Evangelion, no YouTube), mas mesmo assim persistimos e finalizamos a trilogia.

O que é mais legal é que, por causa de Evangelion, consegui formar amizades muito fortes com duas pessoas incríveis! Depois de Rebuild of Evangelion, assistimos outras coisas e até hoje conversamos seguidamente.

Outro acontecimento completamente inusitado foi quando publiquei meu primeiro vídeo sério para o YouTube. Em 2020 minha professora de redação pediu para que produzíssemos uma resenha em forma de vídeo, sobre qualquer obra que gostássemos. Lancei logo um vídeo sobre Neon Genesis Evangelion, e no momento de botar na plataforma eu resolvi deixá-lo público. Até hoje não sei exatamente o porquê, deve ter sido porque gostei do produto final, sei lá. E foi aí que um desconhecido comentou no meu vídeo, pedindo para que eu fizesse mais vídeos sobre os Rebuilds. Eu literalmente nunca vi o sujeito, e mesmo assim ele gostou de algo que eu criei. Foi uma experiência muito incrível, e até hoje lanço algumas coisas (não consegui terminar minha série sobre os Rebuilds por causa do copyright do YouTube, infelizmente).

Então essa é mais ou menos minha contribuição, mostrando como Evangelion, assim como a mídia no geral pode ser utilizada de maneira extraordinária para aproximar as pessoas: ajudando a achar a distância perfeita mencionada no dilema do porco-espinho, nem tão curta que nos machuquemos, nem longa demais para morrermos de frio.

Lucas Renato